domingo, 4 de setembro de 2016

General americano na Síria adverte Rússia:
da próxima EUA revida na hora

General Stephen Townsend, comandante das tropas EUA na Síria e no Iraque.
General Stephen Townsend, comandante das tropas EUA na Síria e no Iraque.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O tenente general Stephen Townsend, novo comandante em chefe das tropas americanas no Iraque e na Síria, fez a mais direta advertência pública verificada até o presente. Ele ameaçou Moscou e seu satélite de Damasco com uma resposta militar imediata caso continuem seus ataques contra alvos ocidentais.

Numa entrevista à CNN, o general Townsend visou proteger as tropas americanas que agem no norte da Síria da repetição de ataques de aviões de guerra e artilharia russos ou filo-russos.

“Fomos informados de que os russos estão envolvidos... (eles) disseram que tinham informado aos sírios e eu apenas respondi que nós nos defenderemos se nos sentirmos ameaçados”, disse o general numa entrevista telefónica desde seu quartel em Bagdá.

Townsend foi o primeiro comandante que falou da hipótese dos EUA responder com fogo às provocações bélicas da aliança sírio-russa. Até o presente, as altas patentes procuravam fazer silêncio sobre esses ataques que indignavam os americanos.



Um SU-24 M de fabricação russa partindo da base síria de Hmeymim, perto de Latakia, Síria.
Um SU-24 M de fabricação russa partindo da base síria de Hmeymim, perto de Latakia.
Townsend reagiu após um “inusual” ataque no norte da Síria em que o regime do presidente Bashar al-Assad, satélite de longa data da Rússia, bombardeou áreas onde tropas especiais dos EUA operam apoiando as forças curdas, aliadas aos ocidentais na luta contra a ditadura pro-russa de Damasco.

A advertência foi acompanhada de rápidos movimentos de tropas e intensificação das patrulhas aéreas americanas.

O general definiu a derrota do Estado Islâmico como a desaparição do autodenominado Califado com a perda de todo controle sobre qualquer centro populacional significativo.

Ele acrescentou que a expectativa é da derrota definitiva do Estado Islâmico no próximo ano e disse que seus chefes estão sendo “caçados”.

Diversas fontes informativas apresentaram fotografias de colunas de soldados do Estado Islâmico em retirada usando civis como “escudos humanos” para se livrar de bombardeios.

Sobre os líderes da facção assassina que obedecem religiosamente o Corão ao pé da letra, Townsend disse: “eu os quero mortos ou fugindo até algum buraco no deserto, tendo perdido sua periculosidade”.

A “Russia Today”, espécie de porta-voz do Kremlin para consumo ocidental, disse que os EUA se referiam a um bombardeio de caças sírios Su-24 num local “perigosamente próximo” das posições americanas perto da cidade de Hasakah.

Tupolev Tu-22M Backfire: embora antigos,a Rússia estaria usando na Síria.
Tupolev Tu-22M Backfire: embora antigo, a Rússia estaria usando na Síria.
O serviço de informações do exército americano teria tentado o contato com os bombardeiros na frequência de rádio combinada, mas os sírios estavam com seus aparelhos desligados. Esse golpe vem se repetindo há muito e é comumente usado pelos aviões russos que violam as fronteiras ocidentais ou simulam ataques contra elas.

O comando russo lavou as mãos e disse não ter nada a ver com o incidente.

Em julho, o chefe do Serviço Federal de Segurança russo (FSB) sucessor da KGB, informou que os serviços secretos da Rússia e dos EUA intercambiam informações continuadamente sobre as operações antiterror na Síria.

Mas, o fato é que há alguns meses os aviões russos e sírios estão alvejando objetivos bem diversos dos declarados, informou ABC News. Esses raids atingiram pelo menos cinco hospitais na província de Aleppo matando civis na cidade e uma criança. O Comité Internacional da Cruz Vermelha denunciou esse crime.

O Observatório Sírio dos Direito Humanos, baseado na Grã-Bretanha, também disse que os russos e seu aliado já inutilizaram quatro clínicas na cidade de Aleppo.

Ativistas dos direitos humanos sírios confirmaram a informação e acrescentaram que outras instalações de saúde haviam sido atingidas nas vizinhanças com morte de civis. Vídeos e fotos foram postadas no Facebook como prova.

Segundo Médicos pelos Direitos Humanos, por volta de 750 profissionais da saúde foram mortos até agora na guerra da Síria, 698 dos quais pelos ataques governamentais e de seus aliados russos.

“O bombardeio deliberado de hospitais é parte de uma estratégia de forçar os civis a abandonarem o país”, disse Widney Brown, diretor dos programas de Médicos pelos Direitos Humanos.

Os civis desesperados fogem em direção à Europa, mas esta causa não é apontada pelo macrocapitalismo publicitário ocidental nem pela demagogia cato-comunista em igrejas e jornais católicos.

Alvos civis atingidos pela aviação russa na região de Aleppo
Alvos civis atingidos pela aviação russa na região de Aleppo
Segundo a ONU no mês passado por volta de 300.000 pessoas teriam se afastado de Aleppo por falta de alimentos e remédios.

O “The Wall Street Journal” atribuiu os ataques russos a uma base de forças especiais americanas à vontade de pressionar ainda mais os EUA, noticiou Fox News.

Porém, oficiais do Pentágono interpretam que chegou o momento de por um limite e de enfrentar os russos.

O ataque aconteceu em 16 de junho e atingiu tropas americanas e britânicas que apoiavam uma ofensiva contra o Estado Islâmico, único que está tirando vantagem com esse procedimento.

Vinte soldados britânicos tinham partido para atacar o Estado Islâmico quando o sistema de informações americano identificou um avião russo que lhes jogou uma bomba de fragmentação.

O comando aéreo americano alertou os russos para não continuarem. Mas estes voltaram ao ataque 90 minutos após receber a informação.

De início, oficiais russos disseram se tratar de um engano e que eles teriam achado que eram militantes do Estado Islâmico. Mas, os oficiais americanos rejeitaram a escusa.

Os russos voltaram ainda com outras escusas. O fato é que a desconfiança recíproca aumentou muito.

Para o jornal “Daily Mail” de Londres, os aviões de Putin atacaram deliberadamente, sem margem a chicanas.

Ataque aéreo russo contra americanos e britânicos ficou inexplicável:



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