quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Putin tenta manipular as eleições presidenciais americanas!

“A posição mais favorável à Rússia na história moderna dos EUA”, escreveu Foreign Policy
“A posição mais favorável à Rússia na história moderna dos EUA” diz Foreign Policy
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Putin mostra sua preferência por Donald Trump, mas na reta final da campanha eleitoral, o candidato republicano defendeu posições mais alinhadas aos interesses de Moscou do que aos de Washington, registrou o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Favorecimentos na política externa

Segundo David Rothkopf, editor-chefe da revista Foreign Policy, as posições de Trump representam um “distanciamento gigantesco” em relação a visões defendidas historicamente por líderes de ambos os partidos.

“Essa é a posição mais favorável à Rússia por parte de autoridades americanas na história moderna dos EUA”, acrescentou.

domingo, 28 de agosto de 2016

Ingerência de Putin nas eleições dos EUA
pegou americanos adormecidos

Relatório ucraniano revelou que Paul Manafort, “homem forte” da campanha republicana, agia a serviço do “mundo russo”. Manafort renunciou e Trump prometeu moderação de discurso.
A Ucrânia revelou que Paul Manafort, “homem forte” da campanha republicana,
agia a serviço do “mundo russo”. Manafort renunciou e Trump prometeu moderação.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Adormecidos pela ilusão da “morte do comunismo”, muitos americanos acordaram surpresos descobrindo até que ponto as antigas redes de influência soviética estavam agindo na eleição presidencial de seu país.

Uma catarata de denúncias, confissões e interferências russas irrompeu na campanha eleitoral para escolher o próximo presidente na votação de 8 de novembro.

Selecionada uma equipe pró-russa

O caso mais clamoroso foi protagonizado por Paul Manafort, o “homem forte” da campanha do candidato republicano Trump.

Manafort acabou renunciando após vir à luz inquérito publicado na Ucrânia dando conta de que ele recebeu muitos milhões de dólares do então presidente ucraniano pró-russo Yanukovitch para obter apoios de políticos em Washington e para que grandes meios de imprensa americanos divulgassem notícias contrárias aos ucranianos anti-russos, informou o jornal “Clarín”, de Buenos Aires.

domingo, 21 de agosto de 2016

Concílio cismático “ortodoxo” não pôde se reunir
e frustrou plano de Putin

É do interesse da 'nova Rússia' que o Patriarca de Moscou seja tido como chefe máximo dos cismáticos 'ortodoxos'
É do interesse da 'nova Rússia' que o Patriarca de Moscou
seja tido como chefe máximo dos cismáticos 'ortodoxos'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Na história da Igreja já houve muitos cismas, ou seja, setores da Igreja presididos por Bispos e até por Patriarcas que se separaram da Santa Sé, desconhecendo sua autoridade, jurisdição e obediência.

O maior deles foi o do Oriente, operado em 1054 e encabeçado por Miguel Cerulário, então Patriarca de Constantinopla (hoje Istambul). Ele arrastou consigo muitos bispos do Oriente, que costumam ser chamados de “ortodoxos”.

Houve então pretextos teológicos relacionados com a doutrina da Santíssima Trindade. Com o tempo, a divergência inicial foi se agigantando e abrindo um abismo com novos erros, heresias e desordens canônicas insondáveis.

Tendo recusado a autoridade suprema do Papado, os cismáticos “ortodoxos” não demoraram em recusar a autoridade uns dos outros. Assim geraram eles igrejas horrivelmente brigadas entre si, por vezes presididas por patriarcas fraudulentos. Essas “igrejas ortodoxas” hoje são quase mil!

O Patriarcado de Moscou resulta de uma dessas rachaduras indisciplinadas e heréticas. Foi criado em 1589 pelo czar Teodoro I da Rússia, que queria um apoio religioso para expandir seu império até o Mediterrâneo.

Dito Patriarcado foi suprimido pelo czar Pedro o Grande em 1721. Foi reconstituído na sua forma atual em 1917 no ambiente da Revolução Comunista de Lênin.

Desde então ele foi servindo ao ditador marxista de turno que o fechou em 1925 porque o Patriarca Tikhon manifestou desacordo com o massacre de religiosos e até teria se mostrado favorável aos "russos brancos" contrários aos "vermelhos" socialistas.

A igreja ortodoxa russa é uma das pontas do tridente político de Putin.
A igreja ortodoxa russa é uma das pontas do tridente político de Putin.
Voltou a ser restaurado por Stalin em 1943, após os líderes “ortodoxos” jurarem fidelidade absoluta ao regime e aos interesses soviéticos. Stalin precisava deles para mobilizar o povo no esforço de guerra contra o invasor nazista.

Incapazes de reconhecer qualquer autoridade ou doutrina unificadora, as igrejas “ortodoxas” sempre foram dependentes do poder temporal da região ou do momento.

Vladimir Putin achou conveniente tirar o Patriarcado de Moscou da vergonhosa situação em que jazia, por ser do interesse da “nova URSS”. Mais ainda, quer constituí-lo líder de todas as igrejas “ortodoxas” do mundo.

O Patriarca Kirill, colega de Putin na (ex-)KGB, ficaria encarregado de colocar a canga moscovita sobre as “igrejas ortodoxas” que até agora estão desorganizadas constituindo um pântano em contínuo conflito.

Reunir esse amálgama de entes caóticos interessa também ao “progressismo católico” com vistas a tocar adiante o “ecumenismo”. Porque a desordem em que afundou torna impossível todo esforço de convergência religiosa relativista.

Com vantagem para uns e para outros, ficou marcada para 2016 a realização na ilha de Creta do primeiro Concílio “ortodoxo” da História. Nele se veriam as caras patriarcas, metropolitas e outros líderes cismáticos, ora amigos, ora inimigos.

Eles tentariam se por de acordo em algo, ainda que confuso e imperfeito, seja doutrinário ou disciplinar.

Mas, previamente à reunião, a delegação do Patriarcado de Moscou, obediente a Putin, apresentou condições que acabaram inviabilizando-a, como comentou o vaticanista Sandro Magister.

Também renunciaram a comparecer os patriarcados de Antioquia, da Bulgária e da Geórgia, envolvidos em desacordos irremediáveis.

Putin precisa bancar de 'ungido' pela religião cismática, que ele segura com punho de ferro!
Putin precisa bancar de 'ungido' pela religião cismática,
que ele segura com punho de ferro!
Moscou exigiu oficialmente que os Greco-católicos ucranianos e da chamada “igreja ortodoxa autocéfala” – muito presentes na América do Norte e na Ucrânia – fossem submetidos à sua autoridade.

Tal submissão teria sido um grande triunfo de Putin e uma inacreditável capitulação do Vaticano, que favorecia esse concílio pan-ortodoxo.

O vaticanista Sandro Magister reproduziu o artigo “As verdadeiras razões do naufrágio”, de autoria de Alexei Tchoukhlov, constatando o fracasso da assembleia, a única que poderia ter-se realizado em mil anos de cismas e disputas.

Segundo Tchoukhlov, os documentos pré-confeccionados estavam prenhes de lugares comuns típicos da deplorável qualidade teológica e religiosa do mundo “ortodoxo”.

No fim, em Creta foi o fiasco. Os que acabaram comparecendo representavam uma fração fracativa das quase mil “igrejas ortodoxas” no mundo.

Tchoukhlov definiu o encontro de “espetáculo tristemente ridículo”.

Mas tanto em Moscou e quanto nas dependências vaticanas o mesmo foi pranteado como um fracasso da política de convergência com o comunismo metamorfoseado instalado na Rússia.



quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Luta racial? Ressurgência da luta de classes bafejada pelo comunismo?

Punhos em alto como outrora
Punhos em alto como outrora
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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As violências nos EUA entre cidadãos negros e policiais qualificados generalizadamente de “brancos” enchem os espaços da mídia. O assassinato de cinco policiais e o ferimento de nove, mirados por um franco-atirador durante uma passeata pacífica em Dallas, foi um dos mais explorados.

Tratou-se do mais elevado número de baixas policiais desde o atentado de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque pelos terroristas islâmicos de Bin Laden.

A barulheira midiática logo interpretou o fato como a profecia de luta racial no continente americano, que pode dar em guerra civil. Porém, os fatos não resistiram à enviesada interpretação.

O impacto sensacionalista deixa, porém, nos leitores desavisados, uma impressão que pode ser duradoura. Por isso, abaixando a poeira, é recomendável analisar com cautela os fatos, e ver se esses são suscetíveis de uma explicação mais verdadeira e profunda.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Esquema estatal russo de doping
gera tensões nas Olimpíadas

Esquema de doping montado pelo Estado russo perturba as Olimpíadas
Esquema de doping montado pelo Estado russo perturba as Olimpíadas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A Agência Mundial Antidoping, WADA, concluiu relatório segundo o qual está “além de qualquer dúvida” de que o Ministério do Esporte da Rússia, juntamente com agências e entidades locais, alimentaram um esquema para que atletas não sejam pegos em exames antidoping.

Uma equipe independente, chefiada pelo professor de direito da Western University do Canadá, Richard McLaren, contratada pela WADA, elaborou o documento.

O relatório contém “a revelação do tamanho do controle estatal russo e do laboratório antidoping de Moscou em processar e encobrir amostras de urina de atletas russos de virtualmente todos os esportes antes e depois dos Jogos [Olímpicos de Inverno] de Sochi”, escreveu a “Folha de S.Paulo”.

O documento afirma que “há mais dados a serem analisados futuramente, mas isso não afeta as conclusões do relatório”.

“O autor independente coletou e revisou a maior quantidade de evidência possível em um prazo de 57 dias, estabelecido para este relatório ser concluído”, acrescenta o documento.
O relatório de McLaren lista três descobertas principais:

“Que o laboratório de Moscou, para proteger atletas russos, operou com um sistema à prova de falhas, ditado pelo Estado”;

“Que o laboratório de Sochi operou uma metodologia ímpar de troca de amostras para permitir que atletas russos pudessem competir nos Jogos”;

“Que o Ministério do Esporte dirigiu, controlou e supervisionou a manipulação de resultados analíticos de atletas ou a troca de amostras, com ativa participação e ajuda da FSB (agência de segurança nacional russa, continuadora da KGB), CSP (Centro de Preparação Esportiva) e dos laboratórios de Moscou e Sochi.”