terça-feira, 29 de julho de 2014

Máquina de desinformação de Putin trabalha a toda

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Putin pôs em movimento sua máquina de desinformação. Através da agência Interfax de Moscou, espalhou o bluff de que o míssil assassino fora apontado contra seu avião que voava pela região e só atingiu o da Malaysia Airlines por erro.

“Accuracy in Media”, organização independente que investiga a veracidade das declarações espalhadas pelo macrocapitalismo publicitário, verificou que o avião do presidente russo não sobrevoa território ucraniano há uns bons anos.

A jornalista britânica Sara Firth deixou o canal Russia Today, uma mídia criada por Putin para disseminar sua imagem “cristã” e “conservadora” no Ocidente.

Sara saiu no dia seguinte à tragédia do voo MH17, acusando seus ex-chefes da TV russa de “ter organizado fatos para construir uma fantasia”.

domingo, 27 de julho de 2014

Líderes de direitas europeias mudam opinião
e se afastam de Putin

Vladimir Putin no cosmódromo Plesetsk.
Fundo: bandeira com a foice e martelo na Crimeia.

O eurodeputado Nigel Farage conduziu o Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP) à vitória nas recentes eleições europeias, derrotando todos os partidos tradicionais de seu país.

O jovem eurodeputado luta para que a União Europeia tire suas garras da Grã-Bretanha e cesse de estrangulá-la com seus projetos de República Universal.

Entrementes, Nigel Farage havia sido enganado pela ilusão de que o presidente russo Vladimir Putin era o maior estadista da nossa época.

Mas diante do crime do voo MH17 e a reação suspeita do líder russo, Farage mudou corajosa e lucidamente de posição.

Ele declarou ao jornal “The Telegraph” que Putin se mostrou “frio e insensível até à dureza” e que não o admirava mais, meses depois de afirmar o contrário.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Um ‘exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é a arma secreta de Putin, diz “Foreign Policy”

‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é arma secreta de Putin
‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação
é arma secreta de Putin
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A reputada revista “Foreign Policy” abordou um tema assustador. Segundo ela, a crise da Ucrânia vem revelando que o GRU, o aparelho de inteligência militar da Rússia, formou um ‘exército de assassinos’ que constitui a arma secreta de Putin.

O GRU (Glavnoe Razvedyvatelnoe Upravlenie) já está agindo como “importante instrumento de política externa, dilacerando um país com apenas um punhado de agentes e um monte de armas”, escreveu.

O GRU está mostrando ao mundo como a Rússia pretende combater suas futuras guerras misturando violência cirúrgica, subversão, negação sistemática dos atos praticados e golpes desferidos nas sombras.

O GRU constituiu outrora o maior sistema de serviços secretos baseado em embaixadas, redes de agentes disfarçados e nove brigadas de ‘forças especiais’ conhecidas como Spetsnaz, ou “destacamentos para fins especiais”, frequentemente inconfessáveis.

Porém, desde que o presidente Vladimir Putin assumiu a direção do Serviço Federal de Segurança (FSB), herdeiro da KGB, os objetivos e métodos foram atualizados para a era das ciberguerras e dos conflitos geopolíticos.

A anexação da Crimeia constituiu o primeiro triunfo da nova GRU. Ela estudou a região, mensurou as forças ucranianas no local, espionou suas comunicações e apoiou os “homenzinhos verdes” que velozmente se apossaram dos pontos estratégicos da península até se revelarem soldados da Rússia. Muitos deles vinham da antiga Spetsnaz.

A maioria dos insurgentes do leste ucraniano é ucraniana ou “turistas bélicos” russos. Mas isto é só o contingente de base: os homens chave que encorajam a rebelião, passam os mercenários pela fronteira e fornecem as armas vindas de Moscou são agentes do GRU.

Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.  Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.
Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
O autodenominado Ministro de Defesa da República separatista do Povo de Donetsk, Igor Strelkov, cujo nome real é Igor Girkin, é oficial na ativa ou na reserva do GRU. É ele quem dirige essa “república popular” e mais ninguém.

A União Europeia já identificou Strelkov, ou Girkin, e o incluiu na lista dos nomes objeto de retaliações. Mas ele não parece ter-se incomodado muito com elas.

Segundo “Foreign Policy”, quando o “Batalhão Vostok” apareceu no leste ucraniano, ficou evidente que o GRU tinha completado sua metamorfose.

O “Batalhão Vostok”, na sua versão atual, está composto por combatentes chechenos, armados com equipamentos uniformes e dotados de transportes blindados.

Reúne também ex-terroristas, desertores de guerrilhas e de gangues criminosas.

O “Vostok” não externou muito interesse em lutar contra o exército de Kiev.

Ele visou garantir a autoridade de Moscou sobre a região e evidenciou a nova estratégia de Moscou: uma guerra “não-linear”, ou “híbrida”, tocada na base da violência, da desinformação, de pressões políticas e econômicas, além de operações bélicas camufladas, em lugar de uma ofensiva regular ou previsível.

Não é apenas uma “guerra híbrida” adaptada à Ucrânia, mas é o plano de Moscou para atingir seus adversários no dia de hoje por toda parte no mundo.

O comandante geral da GRU explicou a um obscuro jornal militar russo que a nova guerra envolve “um largo uso da política, da economia, da informação, do humanitarismo e outras manobras não-militares ... completadas por recursos bélicos com um caráter encoberto”, sem excluir o uso das “forças especiais” dos assassinos da Spetsnaz.

O conflito será combatido por espiões, comandos, hackers, ‘joguetes’ e mercenários. Quer dizer – escreve “Foreign Policy” – o tipo de operações para os quais são treinadas as ‘forças especiais’ inclui o assassinato, a sabotagem, e desnorteamento do adversário.

Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
A NATO e o Ocidente não têm uma resposta eficaz contra esta estratégia na aparência caótica ou confusionista, mas que se está revelando muito danosa.

A NATO é uma aliança militar construída contra uma agressão aberta ou uma guerra declarada. Mas foi incapaz de responder a ofensivas como o ciberataque contra a Estônia de 2007.

A ideia de uma ofensiva de tanques passando por cima das fronteiras ficou superada por um novo tipo de guerra que combina subterfúgios, aliando-se com grupos dissidentes dentro do adversário visado, além de dissimuladas intervenções letais das Spetsnaz.

A NATO é mais forte em termos estritamente militares, mas se a Rússia consegue abrir fraturas políticas no Ocidente, executar ações usando grupos combatentes locais e atingir indivíduos e instalações, então não interessa saber quem tem mais tanques ou melhores jatos.

Esse é o tipo de guerra que o GRU está preparado para fazer, conclui a revista. E o conflito na Ucrânia parece confirmar essa conclusão.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Míssil que mata, mas esclarece!

A História jamais compreenderá como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé
A História jamais compreenderá
como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs






A criminosa derrubada de um avião comercial da Malaysia Airlines teve o efeito de um raio: matou infelizmente a muitos, mas — precisamente como fazem os raios — iluminou com uma claridade terrível um panorama então coberto de trevas.

Densas trevas, sim, que há anos vêm toldando progressivamente os horizontes de política internacional, com óbvios reflexos sobre a política interna dos países onde ainda há liberdade.

Convém que a realidade assim posta em evidência com o fulgor irresistível, mas tão transitório, de um raio, não seja esquecida pela opinião pública.

Bem ao certo, o que houve? Ainda se discutem pormenores. Mas, o fato essencial está aí: um país agressor já tinha invadido e anexado uma região de um país vizinho: a Rússia se assenhorou ilegalmente e pela violência da Criméia.

Porém, o invasor queria mais. E, para isso, vinha atiçando uma guerra subversiva com pretextos culturais e étnicos contra a Ucrânia.

Nós conhecemos fenômenos análogos na América Latina alimentados desde Cuba. Alguns crepitam semeando destruição e morte, como as FARC na Colômbia.

No Brasil, “movimentos sociais” como o MST, o CIMI, apoiados por ONGs e simpatizantes internacionais de esquerda trabalham para criar espécies de secessões, ou áreas onde não mais vigoram plenamente as leis que cimentam a unidade do Brasil.

Até a maioria dos cidadãos por razões étnicas ou culturais não podem ingressar em alguns desses territórios, submetidos a estatutos especiais.

Esses secessionismos peculiares também dividem a maioria da opinião pública nos países onde existem.

A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível  um panorama então coberto de trevas
A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível
um panorama então coberto de trevas
Pois para uns se trata de reivindicações de minorias culturais, étnicas ou sociais reconhecidas por leis com as quais podem até estar em desacordo. Para outros, a mão do comunismo está por trás.

O segundo grupo é olhado com desdém pelo primeiro. Comunismo? O comunismo já era! Há em verdade alguns redutos comunistas como Cuba, mas já acabarão por se adaptar ao resto do mundo.

E se houvesse dúvida ali está Vladimir Putin que sem renunciar ao passado soviético, aparece para alguns com um novo Carlos Magno vindo do Oriente para derrotar o caos de Ocidente.

Putin conseguiu persuadir certos ingênuos do Ocidente, de que ele estava promovendo na Rússia um enigmático processo de restauração mental e religioso.

Moscou estaria mudando tendo sido muito favorecida pelo supercapitalismo, pelas superindústrias e pelos superbancos do Ocidente. O supersuprimento de recursos financeiros, econômicos e técnicos de múltiplas ordens, estaria fazendo um país moderno da “nova-URSS” de Putin.

Entrementes, a Rússia está se impondo como líder político dos países emergentes conhecidos como BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Assim à testa da imensa nação russa instalou-se um personagem que – sem conversão e sem explicações – um dia passou a ser tido como grande defensor do cristianismo, dos valores básicos da vida, da família, do casamento, do patriotismo nacional: Vladimir Putin.

Similis simili gaudet: Putin  gosta de líderes chavistas e esses gostam dele
Similis simili gaudet:
Putingosta de líderes chavistas e esses gostam dele
A História jamais compreenderá como tal ilusão pôde fincar no momento em que a velha URSS se metamorfoseava numa “nova-URSS” que vem estendendo suas garras em todos os continentes.

Haja vista a cálida e idílica recepção que foi conferida a Putin em sua recente gira por Cuba e América do Sul.

Recepção de quem? Dos líderes comuno-populistas que vem destruindo os valores que certos ilusos acham que Putin vai resgatar.

Similis simili gaudet. O semelhante se regozija com seu semelhante, diz o sábio adágio latino. Isso se evidenciou eloquentemente com gestos, palavras e silêncios astutos dos líderes “chavistas” latino-americanos além do representante castrista reunidos com Vladimir Putin!

Mas nada disto abria os olhos dos enganados.

Até que o crime contra o Boeing 777 da Malaysia Airlines que ceifou 298 vidas foi como um raio em céu sereno. O avião comercial foi atingido por um míssil mortífero, mas esclarecedor. Esclarecedor porque nos faz ver o que há de falacioso no mito do “cristianismo” humanitário de Putin.

Há pouco mais de 30 anos, em 1º de setembro de 1983, jatos Sukhoi Su-15 soviéticos derrubaram um Boeing 747 da Korean Airlines e mataram todos os seus 269 passageiros e tripulação.

Milicianos pro-Rússia exibem  boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Milicianos pro-Rússia exibem
boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Pretextos diversos foram aduzidos então para o criminoso atentado. Mas, após investigação ficou averiguado para a história que a derrubada fora intencional, despropositada e ordenada por Moscou.

Certas formas de impiedade têm necessidade de desafogos, e esses são inimagináveis.

Na Ucrânia, “ex”-comunistas, milicianos separatistas e batalhões de mercenários ilegais enviados desde a Rússia estavam perdendo posições.

Os planos de Putin para a anexação do leste ucraniano estavam indo água abaixo.

E na depressão do momento, desse bando emanou uma explosão que causou horror.

Que esta tremenda tragédia faça abrir os olhos dos que foram enganados pela metamorfose cosmética capitaneada pelo líder da (ex-)KGB para restaurar o império soviético sobre novas bases.

Que Deus onipotente tenha pena dos passageiros do voo MH17 vitimados sem culpa.

Que, pela intercessão de Nossa Senhora, Ele poupe aos povos que saibam amá-lO sinceramente não se deixando iludir com enganosos artifícios. Pois detrás deles se esconde um anticristianismo que prolonga o pesadelo soviético comunista.


domingo, 13 de julho de 2014

Julgamento de um responsável da repressão marxista húngara

Béla Biszku, membro do PC húngaro condenado por crimes de guerra contra a população civil desarmada
Béla Biszku, membro do PC húngaro
condenado por crimes de guerra
contra a população civil desarmada

Recentemente a Justiça húngara condenou Béla Biszku – membro do Partido Comunista e hoje com 92 anos – a cinco anos e meio de prisão por crimes de guerra cometidos contra a população civil desarmada em 1956.

Trata-se do primeiro processo de um antigo líder civil comunista desde o fim da escravidão do país à ditadura soviética, noticiou “Libération” de Paris.

Biszku supervisionava o conselho militar que mandou abrir fogo contra os civis durante manifestações de protesto em Budapest no dia 6 de dezembro (quatro mortos), e em Salgotarjan (norte do país), em 8 dezembro (46 mortos).

As vítimas não foram insurrectos em armas, mas civis que protestavam pacificamente.

Biszku foi premiado com o Ministério do Interior de 1957 a 1961 e com a vice-presidência do Conselho de Ministros até 1978, ano em que se retirou da política.

Desde o fim dos anos 90 a Hungria condenou uma quinzena de chefes de polícia e oficiais do exército. Mas o processo de Béla Biszku – quem era apenas uma peça da máquina comunista que ficou quase intocada na Europa do Leste – foi arquivado.

domingo, 6 de julho de 2014

Provocações aéreas
põem o mundo à beira do cataclismo

Jatos britânicos e russos em tensas manobras sobre o Báltico
Jatos britânicos e russos em tensas manobras sobre o Báltico
A NATO destacou quatro caças britânicos Typhoon para interceptar uma formação de sete aviões de guerra russos que ingressaram no espaço aéreo internacional do Báltico, informou o Ministério de Defesa do Reino Unido. O esquadrão russo preferiu dar meia volta.

Os jatos britânicos operam a partir da base lituana de Siauliai e integram o contingente enviado à região como parte das medidas preventivas da aliança ocidental diante da crise na Ucrânia, informou “La Nación” de Buenos Aires.

“Foi um operativo bem-sucedido de nossos efetivos de terra e ar”, comentou o comandante britânico Ian Townsend, chefe da missão do Reino Unido no Báltico.