domingo, 29 de novembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (I)

Quando em 13 de agosto de 1961 os “vopos” (guardas comunistas da Alemanha) começaram o levantar o Muro de Berlim, erigiram um monumento ao declínio do poder persuasório e de liderança do comunismo.

Lenine tinha previsto que a revolução bolchevique “não se manteria no poder nem se desenvolveria, se não fosse protegida, apoiada e seguida por outras revoluções em países mais desenvolvidos”.



Para ele, os sovietes constituíam um dos lados de uma ogiva que devia ser completada pelo outro lado, isto é, pelo comunismo no Ocidente. Sem um dos lados, a revolução mundial que ele pregava não atingiria sua finalidade.

A necessidade era tão grande que Lenine engajou-se em revoluções no exterior, antes mesmo de garantir o controle da Rússia. Mas elas faliram sem exceção.

Crise do comunismo internacional

Ao mesmo tempo, na própria Rússia surgiram resistências de envergadura.

Por causa delas, Lenine teve que fechar as comunas auto-governadas, internar os “intelectuais” na Sibéria, alistar criminosos comuns na KGB (polícia política) como braço armado da revolução popular, e desencadeou um terrorismo de massa que matou milhões.

A utopia da igualdade plena sem Estado nem autoridades ficou para depois, e a nova ordem não se definiu ainda “comunista”, mas apenas “socialista”.

Lenine e seus sequazes nunca desistiram da revolução mundial, embora amargando fracassos e metamorfoses. Mas as “revoluções em países mais desenvolvidos” demoraram, porque o comunismo revelava-se cada vez mais incapaz de convencer e manipular as massas operárias.

Para piorar a situação, o regime soviético se decompunha, apesar dos sucessivos expurgos.

(continua no próximo post)

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