segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ativistas humanitários assassinados

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Dois ativistas humanitários foram assassinados com tiros no rosto e no peito, informou o diário carioca “O Globo”.

Tratou-se de Zarema Sadulayeva [foto], diretora do grupo humanitário ‘Salve a Geração’, que cuida de crianças tornadas deficientes físicas pela guerra da Chechênia, e de seu marido, Alik Dzhabrailov.

O crime aconteceu diante de testemunhas e repetiu o esquema vem sendo aplicado impunemente pela polícia russa.

Os dois foram sequestrados por agentes armados que se apresentaram como policiais no endereço do grupo humanitário, na região central de Grozny. Posteriormente, os corpos foram encontrados no porta-malas do carro do casal, num subúrbio da cidade.

Os policiais em roupas civis e camufladas invadiram o escritório e levaram pressas as vítimas. Depois voltaram para colher os celulares dos dois e o carro onde haveria de aparecer o casal morto.

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, como de praxe, ordenou a imediata investigação do caso que não deve conduzir a nada relevante.

A Anistia Internacional deitou algumas lágrimas pelas execuções, que qualificou de exemplo do “clima de impunidade na Chechênia”. Também deplorou a inércia da polícia em investigar este tipo repetido de mortes de ativistas de direitos humanos. Anistia Internacional vê nessa inércia um “forte indicativo de que essas autoridades são no mínimo condescendentes com os crimes”.

Houve também queixas pro-forma de governos ocidentais. Mas não tiraram o sono do comandante Putin. A eliminação de dissidentes continua acontecendo sob a mesma impunidade dos tempos do regime soviético.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

No 70º aniversario da II Guerra Mundial, a Rússia defende Stalin

Ao se cumprirem 70 anos do fatídico início da II Guerra Mundial, o presidente russo, Dmitri Medvedev, reproduzindo a vontade do chefe supremo do país, defendeu Stálin e qualificou de “cínica mentira” a idéia de que o Kremlin favoreceu a agressão nazista. De fato, não só favoreceu, foi aliada ideológica e militar consciente e determinada.

A II Guerra Mundial foi o conflito bélico mais cruel da história e a Polônia foi a primeira e uma das principais vítimas. Ela quer que Moscou se desculpe pelo Pacto de Não Agressão, acordado entre a União Soviética e a Alemanha nazista por onde os dois invadiram e dividiram injustamente a Polônia.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin admitiu que esse pacto foi “imoral”, mas para o amoralismo do regime, isso nada significa. Acresce que nessa guerra, os comunistas russos massacraram fria e seletivamente 22 mil poloneses prisioneiros, militares e profissionais, em 1940, em Katyn.

Moscou nomeou uma comissão para “reconstituir a verdade histórica”. Nela não há historiadores, mas só quadros do FSB, a polícia que herdou as funções e os métodos da sanguinária KGB comunista. O resultado é previsível: a URSS será inocentada.

Durante as solenidades em Gdansk, Putin admitiu que a URSS cometeu “erros”. Mas o presidente polonês, Lech Kaczynski, não levou a sério o tom conciliatório do chefe supremo russo e verberou o comunismo: “em 17 de setembro (de 1939), a Polônia recebeu uma facada nas costas... O golpe veio da Rússia bolchevique”, disse.

Em julho, resolução aprovada pela Assembléia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa igualou o stalinismo e o nazismo, informou o “The Independent” de Londres . O chefe da delegação da Rússia considerou o ato um insulto, não se sabe bem ainda em qual sentido.

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