domingo, 13 de dezembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (III)

(continuação do post anterior)

“Perestroika” de Gorbachev: última tentativa

O socialismo russo encontrava-se num processo de desagregação. Em desespero de causa, o secretário geral do PC da URSS, Mikhail Gorbachev, tentou relançar a manobra apoiado no seu “carisma”.

Ele promoveu, como último cartucho, a “perestroika” ou “reforma” do socialismo, convidando o capitalismo privado a fazer outro tanto e prometendo que, dando curso a essa convergência, ficaria afastado para sempre o pesadelo de uma guerra nuclear mundial.

No cerne da “perestroika” estava a autogestão. Se o Ocidente caísse na lábia do “carismático” Gorbachev, o líder do Kremlin podia esperar que o urso russo levasse a melhor; e o mundo, dentro de algum tempo poderia, entrar numa fase de comunismo universal que beirasse a utopia.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (II)

(continuação do post anterior)

O Muro de Berlim e o malogro da persuasão comunista

No fim da II Guerra Mundial, os acordos de Yalta entregaram à URSS metade de Europa. Porém os povos escravizados revoltaram-se: exemplos típicos dessa rebelião ocorreram em Berlim (1953), na Polônia e Hungria (1956). Mais de dois milhões de alemães fugiram pelas fronteiras ainda abertas.

domingo, 29 de novembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (I)

Quando em 13 de agosto de 1961 os “vopos” (guardas comunistas da Alemanha) começaram o levantar o Muro de Berlim, erigiram um monumento ao declínio do poder persuasório e de liderança do comunismo.

Lenine tinha previsto que a revolução bolchevique “não se manteria no poder nem se desenvolveria, se não fosse protegida, apoiada e seguida por outras revoluções em países mais desenvolvidos”.

domingo, 1 de novembro de 2009

O novo Kremlin não suporta que as ex-nações escravas fujam da tirania cultural soviética

As livrarias de Simferopol, Ucrânia, tem as estantes cheias de obras da literatura ocidental traduzidas para o ucraniano, em edições destinadas aos adolescentes, informou “The New York Times”. O fato em si é pouco relevante: é o que nós vemos habitualmente nas livrarias brasileiras traduzidas para o português.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Dutos russos fazem hoje o que os tanques soviéticos faziam ontem

“Ontem eram os tanques. Hoje, o petróleo”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








“Ontem eram os tanques. Hoje, o petróleo”, assim Zbigniew Siemiatkowski, ex-chefe do serviço de segurança polonês, definiu a atual política russa que manipula imensos fornecimentos de gás e petróleo para Europa objetivando conquistá-la, informou o “The New York Times”.

Agora, a gigante russa Gazprom está construindo um gasoduto no leito do Mar Báltico.

Na aparência o gasoduto beneficia Europa toda. Na realidade, é um golpe duro em primeiro lugar para os países da Europa Central e Oriental, escravizadas outroura na base de tanques soviéticos.

Eles temem que a Rússia de Putin, saudosista da URSS de Stalin, com o novo gasoduto inaugure uma nova ofensiva para restaurar o nefando bloco soviético.

A Rússia vem explorando a dependência da Europa Central e da União Européia do gás siberiano. Verdadeiras chantagens vem sendo encenadas ano após ano.

Tanques soviéticos na invasão de Praga
E agora se aproxima o inverno no Hemisfério Norte, estação por excelência para Putin aplicar suas extorsões imperialistas.

Porém, no sistema atual fechar a torneira do gás para um país como a Ucrânia que Putin quer engolir, significa cortar o gás para o resto da Europa. O gasoduto é o mesmo.

Resultado: todos os enforcados pela corda de aço do gasoduto uniam-se em coro contra Moscou.

Se a Rússia conseguisse enforcar um por um, a tarefa de reconstituição da ex-URSS poderia correr bem mais fácil.

O novo gasoduto no Mar Báltico, batizado de Nord Stream, é uma das armas sonhadas pela equipe da (ex-)KGB. Percorre mais de 1.200 quilômetros, da Rússia até a Alemanha, sem passar por antigos satélites soviéticos.

Estes, uma vez concluído, ficarão sozinhos diante das tentativas de enforcamento do coronel da KGB.

Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de segurança nacional americano, chamou os gasodutos de “grande iniciativa russa para separar a Europa Central da Ocidental”.

As peças do gasoduto estão sendo construídas na Alemanha. Mas depois que a Europa Central seja submetida de novo ao despotismo russo, os novos “tanques” vão apontar seus tubos contra os fornecedores da “corda com que nós os enforcaremos”, segundo a estrategia leninista.


domingo, 4 de outubro de 2009

Rússia apela a Ocidente para renovar seus aviões civis

Ilyushin IL-62 acidentado no nordeste do Irã
A linha de bandeira russa Aeroflot, cujo símbolo ainda é o martelo e a foice, até o fim do ano terá trocado os aviões de fabricação nacional por uma frota quase totalmente de Boeings e Aribus, informou o “The New York Times”.


A Aeroflot está liquidando todos seus Tupolev e quase todos os Ilyushin, espécies de sarcófagos voadores [foto].

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ativistas humanitários assassinados

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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Dois ativistas humanitários foram assassinados com tiros no rosto e no peito, informou o diário carioca “O Globo”.

Tratou-se de Zarema Sadulayeva [foto], diretora do grupo humanitário ‘Salve a Geração’, que cuida de crianças tornadas deficientes físicas pela guerra da Chechênia, e de seu marido, Alik Dzhabrailov.

O crime aconteceu diante de testemunhas e repetiu o esquema vem sendo aplicado impunemente pela polícia russa.

Os dois foram sequestrados por agentes armados que se apresentaram como policiais no endereço do grupo humanitário, na região central de Grozny. Posteriormente, os corpos foram encontrados no porta-malas do carro do casal, num subúrbio da cidade.

Os policiais em roupas civis e camufladas invadiram o escritório e levaram pressas as vítimas. Depois voltaram para colher os celulares dos dois e o carro onde haveria de aparecer o casal morto.

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, como de praxe, ordenou a imediata investigação do caso que não deve conduzir a nada relevante.

A Anistia Internacional deitou algumas lágrimas pelas execuções, que qualificou de exemplo do “clima de impunidade na Chechênia”. Também deplorou a inércia da polícia em investigar este tipo repetido de mortes de ativistas de direitos humanos. Anistia Internacional vê nessa inércia um “forte indicativo de que essas autoridades são no mínimo condescendentes com os crimes”.

Houve também queixas pro-forma de governos ocidentais. Mas não tiraram o sono do comandante Putin. A eliminação de dissidentes continua acontecendo sob a mesma impunidade dos tempos do regime soviético.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

No 70º aniversario da II Guerra Mundial, a Rússia defende Stalin

Ao se cumprirem 70 anos do fatídico início da II Guerra Mundial, o presidente russo, Dmitri Medvedev, reproduzindo a vontade do chefe supremo do país, defendeu Stálin e qualificou de “cínica mentira” a idéia de que o Kremlin favoreceu a agressão nazista. De fato, não só favoreceu, foi aliada ideológica e militar consciente e determinada.

A II Guerra Mundial foi o conflito bélico mais cruel da história e a Polônia foi a primeira e uma das principais vítimas. Ela quer que Moscou se desculpe pelo Pacto de Não Agressão, acordado entre a União Soviética e a Alemanha nazista por onde os dois invadiram e dividiram injustamente a Polônia.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin admitiu que esse pacto foi “imoral”, mas para o amoralismo do regime, isso nada significa. Acresce que nessa guerra, os comunistas russos massacraram fria e seletivamente 22 mil poloneses prisioneiros, militares e profissionais, em 1940, em Katyn.

Moscou nomeou uma comissão para “reconstituir a verdade histórica”. Nela não há historiadores, mas só quadros do FSB, a polícia que herdou as funções e os métodos da sanguinária KGB comunista. O resultado é previsível: a URSS será inocentada.

Durante as solenidades em Gdansk, Putin admitiu que a URSS cometeu “erros”. Mas o presidente polonês, Lech Kaczynski, não levou a sério o tom conciliatório do chefe supremo russo e verberou o comunismo: “em 17 de setembro (de 1939), a Polônia recebeu uma facada nas costas... O golpe veio da Rússia bolchevique”, disse.

Em julho, resolução aprovada pela Assembléia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa igualou o stalinismo e o nazismo, informou o “The Independent” de Londres . O chefe da delegação da Rússia considerou o ato um insulto, não se sabe bem ainda em qual sentido.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Obama escolheu a rendição diante da Rússia, diz ex-assessor de Putin

Andrei Illarionov com Putin
Em fevereiro, Andrei Illarionov [foto], ex-assessor econômico do presidente Vladimir Putin, declarou ante o Comitê de Relações Exteriores do Congresso americano.

Illarionov hoje trabalha no Center for Global Liberty and Prosperity, no Cato Institute de Washington.

Segundo ele, quem governa a Rússia é a KGB, a temível polícia política soviética.

Em face dela, a diplomacia dos EUA é a pior possível: a de retirada.

Putin tenta reconstruir o poderio da ex-URSSA política do presidente Obama está condenada à catástrofe, explicou Illarionov, porque não quer reconhecer a verdadeira natureza ditatorial e imperialista do regime russo.

A KGB age como uma sociedade secreta que pune os indisciplinados com a morte, oprime os cidadãos com a violência, assassinou dezenas de milhares de pessoas, encarcerou dissidentes, suprimiu a mídia independente, exporta armas e prepara uma ciberguerra.

A propaganda anti-EUA atingiu agora um nível maior do que nos tempos da desaparecida URSS.

A política de recomeçar de zero ‒ “resetear o sistema” ‒ nas relações com a Rússia é uma ilusão do presidente Obama. Essa política foi comemorada pelos novos chequistas com “mal dissimulada alegria e satisfação”, explicou o ex-assessor de Putin.

Andrei Illarionov, World Economic Forum in Russia 2003A atual diplomacia multilateral americana é o que precisa o regime russo para atingir seus objetivos, acrescentou.

A KGB domina Moscou e acredita que a nova administração americana aquiesce com seus planos de restaurar a antiga hegemonia russa sobre o espaço ex-soviético.

Porém, os russos que se engajaram pela democracia e as liberdades hoje têm o sentimento de que “EUA os abandonam e os deixam inermes diante de inimigos mortais”.

Illarionov qualificou de colaboracionistas os membros do governo americano que promovem dita política.

Segundo ele, os EUA escolheram algo pior que o pacifismo, eles escolheram a via da rendição.

“Nós conhecemos as conseqüências da política colaboracionista. Os que se retiram e se rendem não terão paz, mas guerra ‒ uma guerra com resultados imprevisíveis e repugnantes.”

Frota russa volta a Cuba, cruzador 'Almirante Chabanenko' entra em HavanaPara Illarionov, a situação está perto de atingir o ponto de massa crítica. Os EUA não são mais um super-poder em matéria de pensamento.

Com Obama, os EUA não se opõem mais ao totalitarismo. Um tempo de graves perturbações se avizinha.

“Quando o mundo entrar nelas, vocês lembrem que alguém avisou”, concluiu.

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ainda um oposicionista “silenciado” na Rússia

A jornalista Natalia Estemirova [foto] foi seqüestrada quando saía de sua casa e logo executada, em Grozni, capital da Chechênia.

O corpo apareceu numa estrada com tiros na cabeça e no peito, informou “O Globo”.

Sua “heresia” foi criticar a política do governo de Putin no Norte do Cáucaso.

A União Européia e organizações de direitos humanos ocidentais soltaram gemidos desprovidos de conseqüências, como aconteceu nos demais assassinatos de jornalistas, advogados e ativistas que denunciam a ditadura de estilo soviético de Putin e seus “camaradas” da (ex-)KGB.

Natalia foi morta no mesmo dia da divulgação de um relatório que ela ajudou a preparar e que sustenta haver provas para processar autoridades russas como o premiê Vladimir Putin, por horrendas violações, e execuções em massa na Chechênia.

O presidente russo Dimitri Medvedev, apaniguado de Putin, negou qualquer envolvimento nesse assassinato, como de praxe.

Estemirova pertencia à associação Memorial que recolhe dados sobre os crimes do comunismo, e vinha documentando os incêndios de casas, execuções sumárias, seqüestros, torturas e outros abusos, praticados na Chechênia a mando da camarilha soviética hoje instalada no Kremlin.

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Países bálticos são campo de guerra ideológica com a Rússia neo-comunista


O diário “The Independent” de Londres alertou para a transformação dos países bálticos num campo de batalha ideológica.

A Letônia erigiu o Museu da Ocupação para perpetuar a lembrança dos crimes da ocupação soviética.

Mas Moscou acha que esses crimes foram atos heróicos do Exército Vermelho. Em conseqüência, o presidente russo Medvedev criou uma Comissão para Reagir à Falsificação da História em Detrimento dos Interesses Russos.

E propôs uma lei para ilegalizar a “reabilitação do nazismo” no território de ex-repúblicas soviéticas que hoje são soberanas, acenando com represálias. Por isso, quando a Estônia removeu monumento aos invasores soviéticos no centro de Tallinn o Kremlin reagiu com ferozes ameaças.

Putin quer restaurar o poderio do antigo império comunista e sente-se muito a vontade com a inércia dos EUA. Porém, fica furioso com o corajoso e patriótico espírito de resistência dos pequenos países bálticos.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

Mais um agente da KGB chefiará a igreja cismática russa

Eleição de novo patriarca sob o olhar da polícia.
Catedral cismática de Cristo Salvador, Moscou
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A igreja conhecida como Ortodoxa Russa (IO), velho e ressequido cisma do Oriente, tem novo chefe, ou 'patriarca de Moscou'.

Do mesmo modo que o falecido patriarca Alexis II, o recém-eleito foi agente da antiga ‒ e hoje talvez mais poderosa que nunca ‒ KGB, a polícia encarregada da repressão política e ideológica sob a ditadura dos sovietes.

Seu verdadeiro nome é Vladimir Gundiaiev. Seu nome oficial é Kirill, mas para a KGB é o agente “Mikhailov“, informou o jornal “Il Giornale“ de Milão. Até agora, fazia de metropolita de Smolensk e Kaliningrado, além de “ministro do exterior” da IO.

Mais de 700 bispos, sacerdotes, monges e representantes, reuniram-se num remedo de Conclave para elegê-lo em Moscou.

Kirill. agente da KGB, eleito patriarca cismático de Moscou
Kirill, agente da KGB, eleito patriarca cismático de Moscou
Mas, possantes indícios sugerem que a verdadeira eleição ocorreu na mesa de trabalho do ex-coronel da KGB e omniarca da Rússia, Vladimir Putin. Ai de quem votou errado!

Aliás, todos os outros candidatos à chefia da IO russa também foram úteis agentes da KGB.

Konstantin Kharcev, chefe do Conselho para os assuntos religiosos na URSS desde 1984 a 1989, narrou que a IO era rigorosamente controlada pelo Comitê Central da URSS e pela própria KGB.

A. Shushpanov, outro agente da sanguinária polícia política comunista, mostrou como o Departamento para os Assuntos Eclesiásticos no Exterior estava completamente nas mãos da KGB.

Foi nesse departamento que o novo patriarca fez carreira.

Kirill, promete ser um paladino do “diálogo” com o Vaticano, que, segundo “Il Giornale”, “declarou conhecer e estimar o novo patriarca”.

Quando fazia contatos “ecumênicos” ou de “diálogo” com religiosos de outros países, só agia com aprovação da KGB.

No fim dos encontros com eclesiásticos de outras religiões, ele – igual que seus colegas da IO ‒ fornecia cópia dos documentos usados nos contatos, que iam engrossar os arquivos do esquema repressivo marxista.

Putin com o patriarca anterior Alexis II, ou informante “Drozdov”
Putin com o patriarca anterior Alexis II, ou informante “Drozdov”

Felix Corley, de Forum 18 ‒ organização sediada em Oslo, Noruega, e que acompanha o estado da liberdade religiosa na Rússia ‒, declarou ao diário “Times” de Londres que na IO russa “ninguém poderia ser nomeado nos postos mais altos se não for homem da KGB”.

O novo patriarca Kirill, ou “Mikhailov”, estará de aqui a pouco lançando propostas de “diálogo”, convergência e “ecumenismo” para o Ocidente.

O seu predecessor ‒ Alexis II, informador da KGB desde 1958 sob o pseudónimo de “Drozdov” ‒ até bancou de defensor da vida.

Não é de espantar que não falte desinformado, ou cúmplice, que fingirá ver nele aspetos interessantes.



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Igreja cismática “Ortodoxa” russa canonizaria o ditador Stalin


O Partido comunista russo, relíquia histórica da extinta URSS, pediu à cismática Igreja Ortodoxa que “canonize” o ditador soviético Josef Stalin.

Ele foi responsável pelo massacre de ao menos 15 milhões de pessoas no seus 31 anos de reinado de terror.

A figura deste que foi um dos maiores criminosos da História vem crescendo à sombra do agente da ex-KGB Vladimir Putin que exerce uma espécie de “terceiro mandato”.

A notícia não seria relevante se o Putin não tivesse se engajado em restaurar as glórias da ex-URSS.

Quanto ao Patriarcado de Moscou e o Sínodo da Igreja russa não há dúvidas: após séculos de subserviência vil ao poder temporal, fará o que este lhe ordene.

Em qualquer hipotese, “pelo fim do século XXI, haverá ícones de São Josef Stalin em cada igreja ortodoxa” comemorou antecipadamente o chefe do partido comunista Sergei Malinkovich, informou "The Telegraph" de Londres.

Segundo Wladimir Bukovski - famoso por sua dissidência na era soviética - a hierarquia eclesiástica da Igreja ortodoxa russa é criação da tirania stalinista:

"Em 1941 Stalin refez a Igreja ortodoxa à sua imagem e semelhança, [...] o clero era composto quase exclusivamente por agentes da KGB. [...] Eu me pergunto: podemos aceitar estes personagens como líderes espirituais? [...] Por isso, a autoridade moral da Igreja Ortodoxa russa é muito baixa. Ela é pouco mais do que uma extensão do poder temporal do Kremlin".

O último chefe da igreja cismática russa ‒ ou Patriarca de Moscou ‒ foi o recentemente falecido Alexis II. Foi bem conhecido agente da KGB, onde usava ‒ entre outros ‒ o codinome Drosdoff.

Obviamente dava-se muito bem com o coronel KGB Wladimir Putin. Nos tempos da malfadada URSS sua especialidade consistiu em denunciar eclesiásticos que transpareciam desacordos com a ditadura marxista.

Na era Putin, afinou com o novo camarada supremo. Hostilizou iracundamente o apostolado católico, especialmente quando este difundia a mensagem de Nossa Senhora de Fátima, que faz apelo explícito pela conversão da Rússia e se opôs, também veementemente a qualquer visita de um Papa ao país, temendo conversões.

Entretanto encontrou amizades e gestos colaboradores na esquerda católica mais ou menos camuflada no Ocidente.

Aguarda-se a nomeação do sucessor do qual se espera que continue a submissão à política do esquema forjado nos quartéis da (ex-)KGB e se preste a ser instrumento útil e enganoso face à Igreja Católica, a grande odiada pela Igreja Cismática russa.

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