domingo, 28 de setembro de 2014

Moscovitas bradam: “Putin, chega de mentiras!”

Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou  contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin
Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou
contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin

No domingo, 21 de setembro, dezenas de milhares de cidadãos russos participaram de uma passeata no centro de Moscou, pela paz na Ucrânia e contra o papel do Kremlin na guerra que abala o leste ucraniano, segundo informou o site francês 20minutes.fr. 

O grande cortejo incluía figuras da oposição, e muitos levavam bandeiras ucranianas enquanto bradavam slogans como “Não à guerra na Ucrânia” e “Parem com as mentiras de Putin”, constatou um jornalista da agência France Press – AFP.

Tratou-se da primeira manifestação maciça contra a guerra. Guerra essa que a mídia oficial nega que Putin esteja conduzindo.

As fraudes da informação oficial – única existente na Rússia, uma vez que a Internet acaba de perder a sua liberdade – foram denunciadas na “Marcha pela Paz”.

Dela participaram “dezenas de milhares” de pessoas segundo Sergueï Davidis, um dos organizadores, e apenas 5.000 segundo a polícia.

“Estou persuadido de que a guerra foi provocada por Putin”, desabafou Vladimir Kachitsine, 44, que participou de cadeira de rodas. “Eu quero que Putin pare de se meter nos assuntos internos da Ucrânia”, acrescentou.

“Putin significa a guerra, ele é o chefe do partido da guerra”, defendeu o opositor Boris Nemtsov.

“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”
“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”
“Ele retrocederá se vir que somos numerosos, porque ele teme a seus próprios cidadãos, só o povo russo pode barrar o caminho de Putin”, disse o antigo vice-primeiro ministro de Boris Yeltsin, citado pela agência Reuters.

“Esta guerra é uma loucura e um crime contra a Ucrânia, contra os habitantes do Donbass e contra os russos”, sublinhou Igor Iasine, 34.

Os promotores da passeata pediram às autoridades russas o fim da “política agressiva e irresponsável” na Ucrânia, que, segundo eles, conduz a Rússia ao isolamento, à desordem econômica e ao agravamento das “tendências fascistas”. “Essa política já custou a vida de milhares de ucranianos e de russos”, escreveram eles no Facebook.

A polícia de Moscou exibiu uma intimidatória presença em volta do cortejo anti-Putin, de acordo com jornalistas da Reuters.

Algumas dezenas de simpatizantes do restaurador da “URSS 2.0” tentaram uma contramanifestação simultânea em apoio à rebelião pró-russa, agitando bandeiras da “Nova Rússia” e da “Republica Popular de Donetsk” separatista.

Em São Petersburgo, mais de 1.000 pessoas participaram de análoga “Marcha pela Paz”, a qual, entretanto, foi proibida pelas autoridades.

Apesar do crescente mal-estar da maioria da população pacífica da Rússia diante do número de seus soldados mortos e feridos, as pesquisas – costumeiramente manipuladas pelo regime – anunciaram que Putin atingiu recordes de popularidade desde o início da repudiada guerra.

Acredite quem quiser, ou puder.



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