domingo, 5 de setembro de 2010

Putin retoma a repressão anti-democrática soviética

Manifestantes pela democracia foram violentamente reprimidos em Moscou. No Dia da Bandeira, o movimento opositor Solidarnost (Solidariedade), que reúne partidos liberais, esquerdistas e nacionalistas, marchou pelo centro da capital russa até ser disperso pela violência policial.

Três líderes ativistas foram detidos, inclusive Mikhail Shneider e Boris Nemtsov, dois dos mais duros opositores do primeiro-ministro Vladimir Putin.



Nemtsov afirmou que a decisão de interromper a marcha mostrou a mentalidade do governo de Putin. “A bandeira é um símbolo de liberdade e democracia, menos para Putin”, disse.

O descontentamento popular foi aumentado pela inépcia do governo diante dos incêndios que consumiram uma quarta parte das plantações de trigo e grandes florestas sumindo Moscou e outras cidades numa nuvem inédita de fumaça.

O Solidarnost, que tem o mesmo nome do lendário sindicato polonês fundado em 1980, foi criado em 2008 por Nemtsov e outro dissidente anti-soviético, Garry Kasparov.

Putin justificou a repressão alegando que os manifestantes não possuíam licença. Essa licença é sistematicamente negada aos opositores pelo governo em mãos da velha equipe da ex-KGB.

O operativo de afogamento da dissidência incluiu dezenas de caminhões militares e outros veículos que bloquearam áreas públicas.

Segundo a agência Reuters, os manifestantes bradavam “Rússia sem Putin” e “chega de Estado policial”.

Uma manifestação de solidariedade com os manifestantes reprimidos aconteceu diante da embaixada russa em Londres.

Marina Litvinenko
O empresário Boris Berezovsky exilado por temor a punições como as sofridas por outros grandes proprietários e a viúva de Alexander Litvinenko, o ex-espião russo assassinado pela (ex-)KGB somaram-se ao ato.

O “Financial Times” acrescentou que vários manifestantes ficaram feridos. Putin prevenira ditatorialmente: “vocês vão ser surrados na cabeça com porretes”.

O artigo 31º da atual Constituição russa garante a liberdade de reunião e manifestação.

Mas o texto legal só é respeitado quando serve aos intuitos da equipe todo-poderosa formada na escola do então Partido Comunista da URSS.

Aleksei Venediktov, editor chefe da rádio oposicionista Ekho Moskvy mostrou-se impressionado pela violência empregada pela polícia.

“O nível de brutalidade excede acentuadamente o utilizado contra os protestos no mês anterior”, acrescentou. 


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